segunda-feira, 16 de julho de 2012

Para além do menos pior

Esse é um texto de um dos nossos companheiros do PSOL, militante das lutas em defesa do SUS e da universidade pública, que é banstante convergente com o pensamento e as ideias da nossa campanha em Belo Horizonte. Nossa frente se chama Frente BH socialista: por uma BH além do possível. 


Por Bernardo Pilotto*
Na última sexta-feira, 06 de julho de 2012, o governo federal, através do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), deu orientação para que os demais Ministérios cortassem o salário dos trabalhadores que se encontram em greve. Como se sabe, mais de 300.000 trabalhadores do serviço público federal estão paralisados, num movimento que cresce a cada semana.
Mesmo com esse cenário o governo tem se negado a apresentar uma proposta concreta em torno das reivindicações dos trabalhadores. Ao invés de negociar, propõe o corte de ponto, um claro ataque ao direito de greve dos trabalhadores.
Em 2010, há exatamente 2 dois anos, muitos trabalhadores foram pressionados  a votar em Dilma Roussef (PT) para presidente da República como forma de evitar um “mal maior”, chamado José Serra (PSDB). Caso Serra ganhasse, haveria privatizações, criminalização dos movimentos sociais, congelamento salarial, não haveria negociações, etc. No segundo turno, a pressão foi ainda maior.
Após um ano e meio, o governo federal implantou a EBSERH (empresa para gerir os Hospitais Universitários que caminha no rumo da privatização), privatizou os aeroportos, não está negociando com os trabalhadores, há congelamento salarial para os servidores públicos federais e agora ameaça com corte de ponto os grevistas. Mas quem ganhou a eleição, Serra ou Dilma? A vitória foi de Dilma e do PT mas o programa político prossegue sendo aquele mesmo do PSDB, dos tempos de FHC.
Não é à toa que em cada canto a gente encontra uma pessoa descontente com tudo que está aí. Ninguém mais esconde o descontentamento com os rumos da política partidária. Os princípios parecem terem sido todos abandonados e a população não está satisfeita com quase 10 anos de um governo que se dizia dos trabalhadores. Um governo que foi eleito para mudar o Brasil e não para ser apenas o “menos pior”.
E esse é o dilema político brasileiro: estamos há 20 anos votando no menos pior, no mal menor. Votamos para Reitor no menos pior, pra presidente no menos pior, pra vereador, prefeito, etc. Sempre para o menos pior. Não arriscamos, não ousamos, apenas nos resignamos, meio envergonhados, e votamos no menos pior.
Mas o fato é que o menos pior é sempre pior do que a gente imaginava quando votou. Está na hora de dar um basta nisso. É preciso construir alternativas reais, que vão para além do menos pior. Esse é o papel da campanha do PSOL nestas eleições: firmar um espaço dos trabalhadores dentro do mundo podre da política tradicional.
Para além das eleições, é preciso construir uma rede de solidariedade às lutas dos trabalhadores e da juventude. Apoiar as greves, mobilizações, as reivindicações. É com essas lutas que construiremos alternativas reais.
É preciso ir além, porque nada é pior do que o menos pior.
*Bernardo Pilotto é técnico-administrativo em educação pela UFPR, diretor-licenciado do SINDITEST e candidato a vereador pelo PSOL-Curitiba – 50500.

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