sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Por que ocupamos a FUMP?


Estamos, nesse momento, em uma vigilia/ocupação na Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP). Nosso intuito é fazer uma vigilia de 12h para denunciar a situação da educação em nosso país e da assistência estudantil na UFMG.
A uma semana os preços do Bandejão (Restaurante Universitário) foram reajustados chegando ao absurdo de custar R$4,15, um dos mais caros do país. A UFMG não parece entender que a alimentação a baixo custo é uma necessidade para o conjunto dos estudantes que utilizam o bandejão. A criação de uma nova categoria de carente (IV) não atende nossas reivindicações e os documentos pedidos humilham os estudantes que necessitam de uma simples alimentação.
Na UFMG, a Assistência Estudantil é realizada por uma Fundação pública de direito privado, que é a FUMP. Até 2008 ela cobrava uma taxa obrigatória de matrícula de R$200,00, indicando o caráter privatista desse tipo de instituição. O movimento derrotou essa cobrança, mas a luta não acabou. A FUMP em 2011 apresentou um atendimento a 4.732 estudantes, isso em um universo de aproximadamente 45.000 estudantes de graduação e pós-graduação. Um número pequeno tendo em vista o repasse de dinheiro público que essa Fundação recebe do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), de aproximadamente 15 milhões de reais. Essa verba é usada para vários Programas da FUMP, mas isso não significa que tudo anda bem. Há uma demora de quase um mês para a entrevista com as assistentes sociais; os critérios utilizados para definição de carência não são claros; o acesso ao atendimento médico e odontológico, que já eram demorados, foram cortados esse semestre; a moradia universitária é paga (e ainda há perseguições políticas a moradores); não existe Moradia para estudantes com filhos e apenas 97 estudantes receberam a Bolsa Auxílio à Educação Pré-escolar em 2011. Até o último semestre as Bolsas Manutenção eram reembolsáveis após a formatura. Além disso, há um gasto de 45% do orçamento da FUMP em pagamento de funcionários. Esses são alguns dos problemas que percebemos em nossa Assistência.
Acreditamos que esses problemas não são impossíveis de serem resolvidos. A defesa de uma Pró Reitoria de Assistência Estudantil visa uma melhoria significativa na permanência dos estudantes na UFMG, a começar pela redução dos gastos com funcionários, que teria outra verba da Universidade para seu pagamento. No Estatuto da própria FUMP, nos artigos 39 e 40, está garantido que todo o patrimônio da FUMP, após sua extinção, será revertido à UFMG. Portanto, defendemos a criação dessa Pró Reitoria que terá uma gestão paritária, com critérios sócio- econômicos claros e com ampliação do número de estudantes assistidos. A UFMG deve estar preparada para o aumento do número de estudantes a serem assistidos, tendo em vista a importante aprovação do PL das Cotas.
Isso tudo não acontece de forma isolada. Estamos no período da maior greve da educação superior e técnica no país. Essa greve reflete as condições de ensino e do trabalho docente no Brasil, além de explicitar as contradições de um dos maiores projetos para a educação do Governo: o REUNI. Achamos que a discussão sobre a assistência estudantil é muito importante, como uma pauta específica dos estudantes, e que contribui para a permanência dos mesmos na Universidade.

Diante desse exposto, exigimos:
- Substituição da FUMP por uma Pró Reitoria de Assitência Estudantil
- 2 bilhões de reais para o Plano Nacional de Assitência Estudantil
- Limite de espera de uma semana para acesso às assistentes sociais da FUMP
- Retorno imediato do acesso aos atendimentos médico e odontológico
- Contra a expulsão/ perseguição dos estudantes da Moradia
- Pelo fim do reembolso das bolsas da FUMP
- Retorno do preço do bandejão para R$2,50 para não assistidos pela FUMP e gratuidade para todos os níveis de carentes
- A Greve é Grave! Negocia Dilma!

COMANDO ESTUDANTIL DE MOBILIZAÇÃO PRÓ-GREVE

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