Por PSOL Curitiba
“com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o socialismo. A sociedade socialista precisa de homens que estejam, cada um em seu lugar, cheios de paixão e entusiasmo pelo bem-estar coletivo”
Rosa Luxemburgo
Hoje fazem 93 anos do assassinato de Rosa Luxemburgo. Na noite de 15 de janeiro de 1919 ela foi morta em Berlim por soldados a serviço de governantes social-democratas. Eles atiraram a queima roupa em sua cabeça depois de horas de tortura do Hotel Eden. Jogaram seu corpo num canal. Em 31 de maio encontraram seu corpo já irreconhecível e podre, sendo reconhecida por pedaços de vestido e um pingente.
Para nós, socialistas, Rosa Luxemburgo é uma referência de luta e coragem. Sua militância socialista levou ao ódio dos poderosos. Rosa nunca se esquivou de seu destino revolucionário. É importante lembrar também seu engajamento nos debates com a social-democracia alemã. Percebendo elementos de capitulação – que depois ajudaria a ascensão do nazismo – Rosa enfrentou o reformismo de Edouard Berstein. Percebendo uma crescente integração do posicionamento reformista à ordem capitalista a partir da defesa do socialismo por reformas graduais, Rosa não caiu na conversa fiada sobre a possibilidade de que os antagonismos sociais pudessem ser superados pelo próprio desenvolvimento do capitalismo. Para Berstein, ao contrário, como o desmoronamento do capitalismo era impossível, tanto pela desaparição das crises como graças ao desenvolvimento do sistema de crédito, das comunicações e dos serviços de informação com uma melhoria da situação econômica e política do proletariado, a luta prática deveria buscar uma extensão das conquistas dadas numa aplicação gradual de reformas que levaria ao socialismo. Para Rosa, ao contrário, o capitalismo não é totalmente “reformável” e é nos interesses do Capital (e do Estado) que as reformas acham seus limites naturais. Mas poderia haver uma revolução sem reformas? Para Rosa medidas reformistas são necessárias, mas somente tendo em vista um processo cumulativo para a revolução social ampla. Em outras palavras, a utopia reformista – vigente até hoje sob o signo da esquerda fukuyamista – sustenta que a revolução é desnecessária e que o próprio capitalismo levaria a sua superação. Nas palavas de Rosa, “ os que desejam o reforçamento da democracia devem desejar igualmente o reforçamento, e não o enfraquecimento, do movimento socialista, e que, renunciando aos esforços socialistas, renuncia-se tanto ao movimento operário quanto a própria democracia”. Na realidade, “quem quer que se pronuncie a favor do método das reformas legais, em vez de e em oposição à conquista do poder político e à revolução social, não escolhe, na realidade, um caminho mais tranqüilo, mas calmo e mais lento, levando para a mesma finalidade, e sim uma finalidade diferente, isto é, modificações superficiais na antiga sociedade, em vez da instauração de nova sociedade”. As concepções reformistas não tendem à realização da ordem socialista, mas unicamente à reforma da ordem capitalista, não a supressão do assalariado, mas à diminuição da exploração, em suma, a supressão dos abusos do capitalismo e não do próprio capitalismo.
A morte de Rosa não foi em vão! Sua vida é parte integrante da história dos milhões que viveram e morreram lutando pela revolução socialista mundial e continua a inspirar novas gerações de militantes voltados para a superação do capitalismo.
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