Data: 16 de Junho, sábado, a partir
das 9 horas
Local: SINDADOS – Rua David Campista,
150, Bairro Floresta
Email para inscrição*: bhalemdopossivel@yahoo.com.br
Por uma BH além do possível!
Soyons realistes: demandez l’impossible! (Sejamos
realistas: exijamos o impossível!)
(Slogan do Maio de 68 na França)
Construir uma alternativa
radicalmente democrática para a cidade, com a ampla participação da população e
dos movimentos sociais: esse é o desafio ao qual nós, do PSOL e PCB, nos
lançamos nesta eleição.
Cientes de que o período eleitoral
não se encerra em si mesmo, e que é um importante momento para a esquerda, por
sua possibilidade de estimular o debate político, de discutir as reais
necessidades e possibilidades da população e de unir as pessoas em torno de um
ideal, gostaríamos de desenvolver, da forma mais plural possível, um programa
realmente democrático, que contemple e dê voz aos atores sociais mais prejudicados
pela mercantilização da cidade.
Somos defensores, portanto, da
concepção de que a única alternativa possível para uma candidatura de esquerda
é empoderar os cidadãos, e garantir que as políticas conduzidas pela prefeitura
tenham como princípio a garantia do bem-estar dos trabalhadores e uma cidade
cada vez mais humana, que vá além das possibilidades mínimas garantidas por uma
cidade administrada visando o benefício de poucos em detrimento de muitos.
Nesse sentido, atualmente Belo
Horizonte vem sendo não governada, mas gerenciada por um prefeito que
despolitiza a questão urbana e que trata nossa cidade não como um espaço de
convivência e sociabilidade, mas como uma empresa, destinada a obedecer
fundamentalmente os interesses de grandes empresas. Exemplos não faltam:
grandes empreiteiras, ligadas às eternas reformas das principais avenidas da
cidade, multinacionais ligadas a eventos de cultura (conexão vivo e a
privatização do parque municipal, o cercamento de praças para eventos da coca-cola),
o oligopólio das empresas de transporte coletivo, etc.
É altamente lamentável que essa forma
de tratamento mercantil da cidade por parte da prefeitura esteja corroborada
hoje por uma aliança de mais de dez partidos, entre eles adversários históricos
como PT e PSDB, com o único propósito de manter em funcionamento a máquina de
conchavos e favores políticos em nome de uma suposta “governabilidade”
claramente voltada para os interesses dos ricos e excludente da maioria da
população.
Somos categoricamente contra esse tipo
de política: à esquerda interessa que o povo torne-se sujeito e não mero
espectador de sua própria vida. Se eleitos, não apelaremos ao discurso fácil e
demagógico da “governabilidade”, pois nossa crença é a de que não há
governabilidade melhor que a de representar de forma ativa a população, num
diálogo intenso e fraterno, e não nas decisões tomadas em conluios e gabinetes.
Nossa perspectiva, portanto, é a de criar e fortalecer progressivamente canais
de comunicação e decisão, não apenas com o povo belorizontino, mas com toda a
população da RMBH, que é diretamente afetada pela capital: o transporte
caótico, o desenfreado avanço da indústria imobiliária e a precariedade da
saúde no entorno de BH são provas candentes disso.
Podemos
destacar alguns dos inúmeros problemas presentes na cidade:
Aos que lutam pela moradia sempre as
ameaças. Temos na cidade centenas de pequenos grupos que vivem em moradias
tratadas pelo governo municipal como clandestinas. Temos ainda pequenas e
grandes ocupações urbanas, como as comunidades Dandara, Camilo Torres, Irma
Dorothy, Zilah Sposito Helena Greco. Todos os moradores dessas comunidades
vivem constantemente sob a ameaça de despejo e outras formas de violência.
O transporte público é um dos mais
caros do país, e todos os anos no dia 29 de dezembro a população é presenteada
com reajustes nas tarifas garantindo altas taxas de lucro para meia dúzia de
empresários do transporte.
Educação e Saúde são fontes de
abusivas e mentirosas propagandas do Governo Lacerda, porém a realidade é bem
diferente, não há projetos abrangentes, ainda vimos cotidianamente o sofrimento
e a insegurança dos usuários nas portas das unidades de saúde, bem como descaso
com a educação infantil. Os profissionais destas áreas também convivem com condições
inadequadas de trabalho e baixos salários.
No entanto
de algo temos certeza: apesar de todos esses problemas, Belo Horizonte não está
morta. A prova da vitalidade de nossa cidade são os diversos movimentos
políticos, novos e tradicionais, que continuam à luta diariamente para
construir uma cidade verdadeiramente democrática
Entre esses movimentos, muitos
questionam a tentativa conduzida por Lacerda de privatizar o espaço público,
como os que se organizaram contra a venda da Rua Musas, pela manutenção do campo
do Santa Tereza, da Feira Hippie em seu caráter e espaço original, bem como do
Mercado Distrital do Cruzeiro e mais recentemente contra a verticalização da
Pampulha.
Há também aqueles que se movimentam
contra a barbárie, que atuam no campo dos direitos humanos e da solidariedade,
manifestando-se contra a política de higienização na cidade e pelos direitos de
viver na cidade.
Vimos também as greves e protestos,
ligadas diretamente aos interesses da população, pipocarem pela cidade, como as
greves das professoras do ensino infantil, dos rodoviários, dos carteiros, dos
bancários, dos professores e dos trabalhadores da saúde e da cultura. Todos os
anos também se repetem as greves dos servidores municipais, pois a política do
Governo Marcio Lacerda tem se pautado por um congelamento dos salários e uma
contínua privatização dos serviços públicos.
Há também os que lutam pelo direito a
moradia digna, que, após anos e anos esperam pacientemente pelas políticas
públicas, voltam a se organizar entorno de novas ocupações urbanas, apoiadas
por redes de solidariedade formadas por entidades dos movimentos sociais, dando
outra dimensão à política da luta dos sem casa. As ocupações anteriormente
citadas pressionam os sucessivos governos de BH a dar resposta a este problema
que atinge milhares na cidade e neste período certamente será um dos assuntos principais
do debate eleitoral.
No país centenas de militantes
levantam-se contra o processo em curso de privatização do SUS. Em BH, a
administração empresarial do Senhor Lacerda encaminhou um dos mais perversos
projetos neste sentido, com a implantação das PPPs – Parcerias Público Privadas
- nas áreas da saúde e da educação, no qual parte dos serviços são repassados
para exploração de setores privados por mais de 20 anos, ao custo de bilhões de
reais para os cofres da cidade. Para defender a Saúde Pública, militantes de BH
também entraram na luta e criaram o Fórum contra a privatização da saúde e em
defesa do SUS com a proposta de organizar a resistência e defender mais
recursos para melhoria e ampliação dos serviços.
Na cultura, vários movimentos
ocuparam espaços na cidade construindo um processo de resistência a uma
privatização das políticas culturais capitaneada pela Fundação Municipal de
Cultura. Em um processo de intensa participação e debate, no qual a formação do
Conselho Municipal de Cultura teve papel central, os movimentos culturais
mostraram outro caminho, que se confronta com a mercantilização e elitização da
arte.
Em todas essas resistências, a
espontaneidade e a persistência dos envolvidos foram extremamente importantes.
Nesse sentido, cabe reconhecer o fenômeno/movimento da Praia da Estação como
essencial, tanto por sua originalidade como por sua abrangência. Iniciado como
um protesto contra as proibições de uso das praças e ruas da cidade pelo
Governo Lacerda, hoje alcança outra dimensão, polariza e politiza uma parcela
muito significativa da população sobre os direitos de ocupar os espaços
públicos. Nessa reinvenção e retomada dos espaços públicos convivem ativistas, jovens,
moradores de rua e crianças, mostrando que há possibilidades para diversão,
trocar ideias e cultura neste e outros espaços da cidade.
Dentro deste sentimento de que o novo
é possível, de que a convivência e a aceitação dos diferentes habitantes pode e
deve ser praticada sempre, surgiram diversas mobilizações em BH (algumas já
citadas), das quais destacamos o Movimento FORA LACERDA, um dos mais
importantes enfrentamentos políticos atuais que temos conhecimento nas grandes
cidades do país, pois não age apenas sobre um tema específico, mas ao conjunto
da obra do atual prefeito, abordando desde casos de perseguição a um simples cidadão,
passando pela solidariedade e participação em outras manifestações. Tem
características virtuosas, se organiza de forma horizontal, é aberto e plural e
tem enorme capacidade política, de diálogo e de síntese.
Nosso desejo mais intenso é o de
construir, lado a lado com esses movimentos, e com a sociedade civil
organizada, um governo de soberania popular. Logo, não nos limitamos à mera
denúncia, fácil e inócua: governar não é apenas acusar o erro, é construir, dia
após dia, as infinitas possibilidades da política democrática. Caso sejamos
eleitos o caminho será árduo, e as contradições inúmeras, e temos ciência de
que apenas do lado do povo é que poderemos superá-las. Por uma BH além do
possível!
Para a construção de um programa que
radicalize democraticamente os espaços de decisão da cidade; que avance na
conquista de direitos à moradia, educação, saúde, transporte, etc..; e, que
pense e viva uma cidade para além do possível (nos últimos anos retrocedemos
para antes do possível); estamos convidando companheir@s, amig@s,
familiares para nosso seminário programático “Por uma BH além do possível”:
Data: 16 de Junho, sábado, a partir
das 9 horas
Local: SINDADOS – Rua David Campista,
150, Bairro Floresta
Email para inscrição*: bhalemdopossivel@yahoo.com.br
*A realização da inscrição no seminário tem o objetivo de
dimensionarmos melhor os espaços de discussão e a estrutura do encontro,
portanto não será cobrado nenhum valor para participação no seminário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário